Um dos lixos mais comuns em todo mundo é a bituca. Jogada irresponsavelmente pelos fumantes, esses pequenos restos de cigarro podem prejudicar muito o meio ambiente.
Mas há solução para isso, ou pelo menos para boa parte. A reciclagem dessas guimbas pode ser feita em casa, reaproveitando 100% desse material.
O processo para reciclagem está em desenvolvimento desde 2004, pela Universidade de Brasília (UnB) e consiste basicamente em transformar esse lixo em papel.
Para isso, basta misturar as bitucas com soda cáustica e água oxigenada, depois cozinhar. Após esse cozimento, é só espalhar a pasta resultante e esperar secar. Esse método de reciclagem foi criado por Marco Antônio Barbosa Duarte, então aluno de Biologia da UnB.
Suzana Jardim está envolvida com a reciclagem dos restos de cigarro desde fevereiro deste ano. Ela realiza o reaproveitamento seguindo processos naturais e ministra cursos para ensinar e disseminar essa prática.
A empresária paulista utiliza um método natural para realizar a reciclagem, segunda ela é “receita da vovó”, pois não é utilizado nenhum produto químico, nem mudanças de temperatura.
O curso tem duração de três horas, caso seja individual, ou cinco horas se for em grupo e as aulas são exclusivas para maiores de 18 anos.
“Não permito que menores de idade façam uso porque mesmo que o processo que criei não seja químico o produto em questão é”, explica Suzana.
Segundo ela, após o curso a pessoa sai apta a aplicar o que aprendeu de forma logística.
“Encontrei o caminho de potencialização curricular para quem o aprende assim a pessoa também poderá ser beneficiada em empregos e inserção de grupos em área de ação em reciclagem”, conta.
O resultado do processo é o papiro, uma obra de arte contenporânea. As imagens podem ser vistas em seu site.
Mas essa não é a única opção para as bitucas, Suzana está buscando outras maneiras de utilizar esse lixo.
“O papiro é uma solução que a artola reciclada Zaza Jardim encontrou. É uma das finalidades que esse resíduo possui. Estamos desenvolvendo um trabalho de pesquisa para verificar outros usos desse resíduo que é um algodão kraft sem cheiro”, afirma a empresária.
O processo de reciclagem desses restos de cigarro é chamado pela empresária de Biotuca.
“O nome Biotuca dará autonomia para a análise de re-uso do resíduo como matéria-prima para outros fins, e finalmente incluir a Bituca de Cigarros na lista de produtos recicláveis”, explica.
Em parceria com a Rede Ambiental Global Made In Forest, Suzana irá expor seu trabalho na Eco Bussiness, que acontece do dia 31 de agosto a 2 de setembro, no Centro de Convenções Imigrantes.